As fusões e aquisições na área de TI e Telecom no Brasil, em 2016, tiveram queda de 9,3% sobre o ano anterior, com 40% movimento oriundo do setor de SOFTWARE. Foram apuradas 233 operações. Este volume movimentou 12,7 bilhões de reais, representando uma queda de 2,6%, com mais da metade do movimento proviniente do segmento de SERVIÇOS DE TI.
Quanto ao racional do investimento as operações direcionadas à Escala predominaram.
Transações envolvendo empresas de pequeno e médio portes foram em maior volume.
Queda significativa do número de transações de pequeno porte e também de médio-grande porte.
Os investidores estratégicos foram mais ativos dos que os financeiros, em valor (63,1%) e montantes (76,4%).
Os investidores nacionais responderam por 63,5% dos negócios e 19,4% dos investimentos, enquanto os investidores estrangeiros foram responsáveis por 36,5% dos negócios e 80,6% dos investimentos.
O perfil do valor médio dos negócios do investidor estratégico é quase o dobro do investidor financeiro. E o perfil médio de interesse do investidor estrangeiro é cerca de 6 vezes superior ao perfil médio dos negócios do investidor nacional.
Foram registrados 85 operações de 23 países de origem, sendo os EUA responsáveis por 47,7% desse total.
O Indicador de Volume de Transações de M&A no final do ano sinaliza uma ligeira retomada após o viés de queda.
As maiores transações no Brasil anunciadas em 2016 foram: CCR & DBTrans; GetNet & Ticket; Telefônica BR & Towerco Latam Brasil; NeoBPO & Tivit; Via Varejo & Cnova.
As maiores transações no Exterior anunciadas em 2016 foram: AT&T & TimeWarner; Microsoft & LinkedIn
Não foram realizadas operações de IPO por empresas de TI.
Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo de 2016. As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, dentre outras.ANÁLISE DO ANO DE 2016Principais constatações.
No ano de 2016 foram apuradas 233 transações, representando uma queda de 9,3% em relação ao ano anterior.
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No mês de dezembro/16 foram realizadas 25 transações, crescimento de 4,2% em relação a dez/15 (24 operações) e aumento de 66,7% em relação ao mês anterior, nov/16 (15 transações).
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O fluxo de transações realizadas trimestralmente evidencia um mercado crescente nos 3 primeiros trimestres do ano e queda no último. O 3º trimestre/16 sinaliza uma expectativa de retomada de negócios a ponto de ter alcançado o maior número de operações da série histórica iniciada em 2011. Entretanto, a crise politico econômica se mostrou mais profunda, repercutindo na redução significativa do número de transacões no 4º trimestre.
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O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em dezembro/16, sinaliza uma ligeira retomada após o viés de queda.
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No ano de 2016, o segmento de SOFTWARE continua liderando como o mais ativo desde 2013. Depois de SOFTWARE, os segmentos de SERVIÇOS DE TI e MÍDIA foram o 2º e 3º com maior número de transações, desbancando SERVIÇOS DE INTERNET e COMÉRCIO ELETRÔNICO, vice-líderes em 2015.
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Na classificação entre os Segmentos de TI no ano de 2016, o subsegmento de Finanças, Comunicações, Educação, Saúde, Energia e Meio ambiente, Setor público.. (Verticais App) de SOFTWARE lideraram o número de transações, com 21,9% do total.
No que tange aos montantes das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores e as não divulgadas (estimados), o ano de 2016 totalizou cerca de 12,7 bilhões de reais, representando uma queda em relação ao ano anterior de 2,6%. Desse total, 72,8% correspondem ao Valores Divulgados e 27,2% Valores Não Divulgados.
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Comparando-se o número de transações por segmentos compiladas em 2016, com o ano anterior, verifica-se crescimento em dois segmentos e queda/estável em outros cinco.
SERVIÇOS DE INTERNET e COMÉRCIO ELETRÔNICO foram os de maior queda. O destaque ficou por conta do apetite dos segmentos de SOFTWARE e SERVIÇOS DE TI, com crescimento significativo do número de transações.
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RACIONAL DO INVESTIMENTO - A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
Em 2016 as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.
Vale destacar, no comparativo com 2015, o maior crescimento relativo ocorreu no racional voltado para a Internacionalização.
(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;PORTE DAS EMPRESAS - O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação ao porte, os investidores deram preferência para empresas de pequeno e médio portes em 2016. Interessante notar as quedas significativas, 21% do número de transações de pequeno, e de 33% de médio-grande porte no comparativo com 2015.
• Microempresa <= R$ 2,4 milhões • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões • Grande empresa > R$ 300 milhõesQuanto ao valor médio das transações em 2016, por Segmento de TI, verifica-se um crescimento de 8,5% em relação ao ano anterior. Interessante notar que a maioria (4) dos segmentos, tiveram queda no seu valor médio, comparativamente ao ano de 2015. A redução mais significativa foi de SERVIÇOS DE TELECOM.
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PERFIL DO INVESTIDOR - Em relação ao perfil do investidor, das 233 operações, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 147 negócios em 2016, representando 63,1%, sendo que em valor responderam por 76,4% do total .
Desse volume, 90 operações foram realizadas por empresas de capital nacional - 38,6% e em valor foram responsáveis por 10,1% - e 57 de capital estrangeiro - isto é, 24,5% em número e 66,3% em valor .
Os investidores financeiros, representados por Fundos de Investimentos realizaram 86 negócios - 36,9% e 23,6% em valor.
Estão distribuídos entre capital estrangeiro com 28 negócios, 12,0% e 14,3% em valor, e de capital nacional com 58, ou seja 24,9%, e responderam por 9,3% em valor.
No total, os investidores nacionais responderam por 63,5% dos negócios e19,4% dos investimentos. Os estrangeiros, por sua vez, por 36,5% dos negócios e 80,6% dos investimentos.
Quanto ao valor médio das transações, interessante notar que o perfil do valor médio do investidor estratégico é quase o dobro do investidor financeiro - 89,4%. E o perfil médio de interesse do investidor estrangeiro é cerca de 6 vezes superior ao perfil médio dos negócios do investidor nacional.
(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES - Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no ano de 2016, foram registradas 85 operações de 23 países de origem.
Os EUA foram responsáveis por 47,7% desse total, com 38 negócios. Os segmentos SOFTWARE e de SERVIÇOS DE TI foram o mais representativos, com 39% e 22% do total das transacões americanas.
MAIORES TRANSAÇÕES EM TI DIVULGADAS EM 2016NO BRASIL
- CCR vende dona do Sem Parar por R$ 4 bi. A CCR, junto com os demais acionistas, vendeu a Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP), dona da Sem Parar, para a DBTrans, que é garantida pela Fleetcor. O valor total da venda foi de R$ 4,086 bilhões.
- Fundador da GeTnet vende empresa de gestão de frota para dona da Ticket. A rede francesa Edenred, dona no Brasil da marca Ticket, de cartões de benefícios, anuncia a compra do controle da Embratec (Empresa Brasileira de Tecnologia e Administração de Convênios), que atua no rastreamento e gerenciamento de frota de veículos leves e pesados e pertence ao empresário gaúcho Ernesto Corrêa da Silva Filho.Corrêa recebeu da empresa francesa R$ 790 milhões em dinheiro e ficou com 35% do negócio.
- Telefônica Brasil vende torres por R$760 mi para controlada indireta de matriz. A Telefônica Brasil informou a venda de torres para uma controlada indireta de sua matriz espanhola, Telefónica, em uma operação que visa otimizar alocação de capital da companhia brasileira. A transação envolveu 1.655 torres que foram vendidas à Towerco Latam Brasil por 760 milhões de reais.
- Tivit divide-se em duas empresas com avanço de digitalização. Empresa criada vai se chamar NeoBPO e ficará com a maior parte dos funcionários da Tivit e 700 milhões de reais em faturamento anual. Vai dividir seus negócios a partir do início do próximo ano, tornando independente a área que lida com serviços como atendimento automatizado de clientes, conhecida como BPO. A Tivit, que tem hoje 27 mil funcionários e vendas anuais de cerca de 2,5 bilhões de reais, vai transferir cerca de 20 mil empregados para a NeoBPO.
- Via Varejo vai integrar operações de comércio eletrônico no Brasil. A Via Varejo, controlada pelo Grupo Pão de Açúcar, anunciou a intenção de fazer uma reorganizações que contempla a integração das operações de comércio eletrônico no Brasil pertencentes atualmente à Cnova, que opera os sites das bandeiras Ponto Frio, Casas Bahia e Extra. Pelos termos do memorando divulgado há a expectativa de um pagamento de US$ 127 milhões da Via Varejo à Cnova.
NO EXTERIOR
IPOsRELAÇÃO DAS TRANSAÇÕESA relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.
• RELATÓRIO ANTERIOR:
TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em NOVEMBRO/2016M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação, bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação mensal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.